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Opinião, por Eduardo Affonso: As novas configurações do amor

Redação
Redação Ultima atualização: 09/07/2022
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“Pelo telefone” (“O chefe da polícia / pelo telefone / manda me avisar / Que na Carioca / tem uma roleta / para se jogar”) é antológico não apenas por ter sido o primeiro samba gravado (pelo menos, pelos registros oficiais). Ele também é a crônica de uma época em que o chefe da polícia ligava para avisar aos interessados sobre a jogatina comendo solta no centro da cidade.

Gilberto Gil atualizou a obra de Donga e Mauro de Almeida no seu “Pela internet” (O chefe da polícia carioca avisa / pelo celular / Que na Praça Onze / tem um vídeo pôquer / para se jogar”). Velhas práticas, mas com novas tecnologias.

Deviam começar a fazer isso também com as canções de amor, agora que o bom e velho casal está dando lugar a novas configurações afetivas.

“Café da manhã”, de Roberto Carlos, poderia ganhar um apideite:

“Amanhã de manhã
Vou pedir o café pra nós três
Lhes fazer um carinho, y después
Misturar os seis braços”

Peninha teria mais dificuldade de ficar sozinho, e seu clássico (renovado) poderia se chamar “Acompanhado”:

“Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós três
Eu fico aqui sonhando acordado,
Jun-tan-do
O quem sabe, o pode ser e o talvez”

E o trisal é apenas uma etapa. Também será necessário adaptar as canções ao poliamor pansexual. “Fotografia”, de Tom Jobim, daria lugar à “Panorâmica”

“Eu, vocês, nós seis,
Acotovelados neste bar
Quatro héteros e dois gays”

Tim Maia se adaptaria facilmente aos novos tempos, principalmente quando levasse um pé na bunda coletivo:

“Nem sei porque vocês se foram
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele monte de adeuses não pude dar
Vocês marcaram em minha vida
Viveram, morreram na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da multidão, que em minha porta bate
E eu
Gostava tanto de vocês
Gostava tanto de vocês”

Os fados que embalavam nossos avós (e alguns de nós) não poderiam ficar de fora:

“Só nós doze é que sabemos
O quanto nos queremos bem
Só nós doze é que sabemos
Só nos doze
E mais uns cem”

Nem o Ritchie:

“A vida tem dessas coisas: olhe só nós 16 aqui
Presos no mesmo elevador, numa noite sem dormir.
Zero hora no relógio, legal vocês estarem aqui
E amanhã pela manhã — assim que os bombeiros vierem nos resgatar, e levarmos uma multa por lotação superior à máxima permitida  para um elevador, mas não para um relacionamento poliafetivo — a gente pode sair
E conversar e se convencer
E se confessar, quero só vocês
Todos os 16…”

Haverá casos mais complicados, como o da canção do Lulu Santos:

“Vocês não levam outras pessoas pra casa
Nem trazem mais alguém que me faça feliz
Eu sou um dos seus homens cis ou trans
Você é uma das minhas mulheres trans ou cis.
E a gente vai à luta, e conhece a dor
Consideramos as custas
— divórcio, divisão de bens, pensão alimentícia —
De toda forma de poliamor.

A métrica vai ficar um pouco prejudicada, mas… não se pode querer tudo, né?

MARCADO:Eduardo AffonsoLulu SantosPoliamorRoberto CarlosTom Jobim
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